Working Paper n.º 60/2020
As Bases Sociais dos Partidos Portugueses
14 | abril | 2020
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.João Cancela, NOVA FCSH & IPRI-NOVA
Pedro C. Magalhães, ICS-ULisboa
PALAVRAS-CHAVE: participação eleitoral; comportamento eleitoral; eleições
DOI: https://doi.org/10.23906/wp60/2020
Resumo
Este estudo examina os inquéritos pós-eleitorais de 2002 a 2019 para determinar as principais características sociais dos eleitorados dos principais partidos portugueses e analisar em que medida ocorreram transformações relevantes do longo deste período. Existem traços importantes de continuidade desde 2002 até hoje: a ausência de uma relação entre o sexo dos inquiridos e as suas opções de voto; uma relação forte entre a intensidade da religiosidade e da prática religiosa e as opções pelo voto à direita do espectro partidário; e a inexistência de uma clivagem esquerda-direita do ponto de vista da instrução. Por outro lado, existem também sinais de mudança. Há uma relação cada vez mais forte entre quer o sexo dos inquiridos quer o seu rendimento e a participação eleitoral, com os homens e aqueles com rendimentos mais elevados a absterem-se menos. Além disso, a partir de 2015, o centro-direita (PSD+CDS) começa a mostrar dificuldades em atrair o voto dos mais velhos. Por fim, se até 2009 ter rendimentos mais elevados não aumentava significativamente a propensão para votar nos partidos de centro-direita, essa relação intensifica-se a partir das eleições de 2011.